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Muitas vezes utilizam-se de forma indiscriminada os termos perturbações, transtornos, distúrbios, desordens mentais. Na realidade, estes termos podem significar o mesmo, e neste Portal utilizaremos o termo perturbações.

A nossa saúde mental não permanece sempre igual, pode alterar-se ao longo da vida, e é claramente influenciada pela forma como organizamos na nossa mente, no nosso psíquico, os acontecimentos, emoções e relações nas diferentes fases do desenvolvimento humano.

O psíquico é sempre composto por dois níveis: uma dimensão estrutural e outra organizacional. A estrutura diz respeito ao que se passa no mais profundo da nossa atividade mental. A organização a um processo mais adaptativo e funcional, de arranjos, mais ou menos temporários e superficiais, que permitem uma determinada estrutura se adequar aos contextos e contingências existenciais. Na infância, quando tudo está em desenvolvimento, também no psíquico não encontramos uma estrutura definida, apenas uma pré-estruturação; já na adolescência, a estrutura assume uma forma mais definitiva, que chamamos usualmente de personalidade e levamos para a fase adulta.

Nas perturbações mentais, existe uma alteração mais ou menos significativa da nossa organização mental, mas suficiente para interferir nos papéis sociais que nos competem (familiares, relacionais, ou atividades do quotidiano), muitas vezes fazendo-se acompanhar de um sofrimento e mal-estar crescente, que se chega a tornar incapacitante. Estas alterações podem manifestar-se em sinais e sintomas, ao nível individual, nas emoções, pensamentos, comportamentos e até ao nível físico, com repercussões nas relações com os outros.

Procuraremos ir completando e atualizando este Portal com informação sobre as perturbações mentais já identificadas nas classificações nosográficas de referência DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais da Associação Americana de Psiquiatria) e a CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde).

Contudo, apesar das perturbações mentais corresponderem a situações patológicas, muitas são frequentemente episódicas, ou seja, não devem ser encaradas como estados redutores e deterministas da pessoa. Algumas necessitam de intervenções simples e outras mais diferenciadas mas, em qualquer das situações, é possível alcançar momentos e estados de boa saúde mental quando existe acompanhamento adequado por profissionais de saúde mental.